Cazuza

Cazuza (Agenor de Miranda Araújo Neto) Nascido no Rio de Janeiro em 4 de abril de 1958 faleceu em 7 de julho de 1990

Cazuza sempre teve contato com a música. Filho do produtor fonográfico João Araújo e da dona-de-casa Maria Lúcia Araújo. Influenciado desde pequeno pelos fortes valores da música brasileira, ele tinha preferência pelas músicas dramáticas e melancólicas, como as de Cartola, Lupicínio Rodrigues, Dolores Duran, e Maysa. Começou a escrever letras e poemas por volta de 1965.

Desistiu da faculdade de jornalismo em 1978, para trabalhar com seu pai na gravadora Som Livre. Chegou a fazer curso de fotografia, na Universidade de Berkeley em São Francisco, Estados Unidos, no final de 1979. Lá descobriu a literatura da Geração Beat, que mais tarde teria grande influência em sua carreira

Já de volta ao Brasil, no ano seguinte, trabalhou com o grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone, no Rio de Janeiro. Lá, foi observado pelo então novato cantor/compositor Léo Jaime que o apresentou a uma banda de rock que procurava por um vocalista, o Barão Vermelho. Com o Barão Vermelho, Cazuza iniciou sua carreira de cantor.

Em 1985, Cazuza se apresentou no Rock in Rio ao lado do Barão Vermelho. Nesse período, Caetano Veloso afirmou que Cazuza era o grande poeta de sua geração. Foi nesse mesmo ano que o cantor descobriu que tinha sido infectado pelo vírus da AIDS, precipitando seu desejo em deixar a banda a fim de ter liberdade para compor e se expressar, musicalmente e poeticamente.

Cazuza surpreendeu a críticos e fãs com seus trabalhos sua carreira solo, dos quais os sucessos de maior repercussão no público foram, sem dúvida, “Exagerado”, “O tempo não pára” e “Ideologia”.

O cantor contraiu a doença por meio de seu estilo de vida conturbado e trouxe o fantasma da morte para perto. Ele gravou diversas músicas enquanto estava impossibilitado pelas complicações da doença. Ele foi o primeiro artista brasileiro a declarar publicamente ser soropositivo.

Seu último disco lançado foi, de 1989. O cantor estava tão debilitado que teve que realizar as gravações em uma cadeira de rodas. Ele estava com a voz nitidamente enfraquecida. É um álbum duplo de conceito dual, sendo o primeiro disco com canções de rock brasileiro e o segundo com canções de MPB. Burguesia vendeu 250 mil cópias. Cazuza recebeu o Prêmio Sharp póstumo de melhor música com “Cobaias de Deus”.

Em outubro de 1989, depois de quatro meses a base de um tratamento alternativo em São Paulo, Cazuza parte novamente para Boston, onde ficou internado até março de 1990. No dia 7 de julho de 1990, Cazuza morre aos 32 anos por um choque séptico causado pela AIDS. No seu enterro compareceram mais de mil pessoas, entre parentes, amigos e fãs. Sobre seu túmulo está inscrito o epitáfio: “O Tempo Não Pára”.

Em apenas 8 anos de carreira, Cazuza deixou 222 músicas gravadas, mais 60 inéditas, 34 para outros interpretes. Após a morte de Cazuza, seus pais fundaram a Sociedade Viva Cazuza em 1990. O órgão tem como intenção proporcionar uma vida melhor à crianças soropositivas por meio de assistência à saúde, educação e lazer.

Em 2004 foi lançado o filme biográfico Cazuza – O Tempo Não Pára de Sandra Werneck.

Em abril de 2008, vários artistas da MPB participaram de um show em homenagem ao aniversário de 50 anos de nascimento de Cazuza. O espetáculo reuniu Caetano Veloso, Ney Matogrosso, George Israel (Kid Abelha), Leoni, Gabriel O Pensador, Preta Gil e Paulo Ricardo, entre outros, durante um show na praia de Copacabana.

Referência: Site oficial, Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira e Wikipédia

Álbuns carreira solo 1985 – Exagerado 1987 – Só Se For A Dois 1988 – Ideologia 1988 – O Tempo Não Pára (ao vivo) 1989 – Burguesia 1991 – Por Aí (póstumo) 2005 – O Poeta Está Vivo – Ao Vivo no Teatro Ipanema em 1987 (póstumo)

Álbuns com o Barão Vermelho 1982 – Barão Vermelho 1983 – Barão Vermelho 2 1984 – Tema do filme Bete Balanço (Compacto) 1984 – Maior Abandonado 1992 – Barão Vermelho Ao Vivo (No “Rock In Rio I”)